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BC adota medidas para elevar liquidez
Fonte: Diário do Comércio
Agência Estado
O Banco Central (BC) anunciou ontem duas medidas de caráter técnico relacionadas aos depósitos compulsórios (a porcentagem sobres os depósitos dos clientes que os bancos devem recolher no BC) para preservar a liquidez do sistema financeiro nacional. A idéia da autoridade monetária é proteger os bancos brasileiros na atual crise internacional, que já está sendo considerada a mais grave desde a Segunda Guerra Mundial.
Com a mudança nos compulsórios, o próprio BC espera manter no sistema financeiro nacional R$ 13,2 bilhões. É a segunda vez que a autoridade monetária age a fim de minimizar os impactos da crise. Na sexta-feira da semana passada, o BC ofertou, em dois leilões, US$ 500 milhões para suprir a demanda do mercado pela moeda americana. A estratégia deu certo: de acordo com operadores, o mercado de câmbio deixou de ficar "travado" depois dos leilões. No auge da apreensão dos investidores na semana passada, ninguém comprava ou vendia.
Cronograma – O BC decidiu adiar o cronograma de exigência do depósito compulsório sobre os recursos obtidos nas operações de leasing. Desde janeiro, essas transações, que são fechadas principalmente para a aquisição de veículos, recolhem o compulsório. Neste mês, o montante é de 15%, percentual que deveria subir para 20% em 14 de novembro e a 25% em 16 de janeiro de 2009. O BC adiou a elevação para 20% para 16 de janeiro de 2009 e de 25% para 13 de março. Essa decisão deve adiar o recolhimento adicional de R$ 8 bilhões nesse segmento.
Outra medida aumenta de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões o valor a ser deduzido pelas instituições financeiras do cálculo da exigibilidade adicional sobre os depósitos a prazo, à vista e da poupança. Essa determinação vai evitar que os bancos recolham outros R$ 5,2 bilhões ao BC. Apesar dessa alteração, permanecem as alíquotas usadas para o cálculo dessa exigibilidade em 8% para depósitos a prazo e à vista e 10% para a caderneta de poupança. Esses recursos, quando recolhidos ao BC, continuam sendo remunerados pela variação da taxa básica de juros (Selic). (AE)