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Confira dicas para se sair bem na hora de dar e receber feedback
É fundamental saber como se comportar na hora da avaliação profissional.
Com o final do ano chegando, geralmente as empresas, a fim de avaliar sua satisfação com o colaborador ou vice e versa, realizam o feedback.
De acordo com a especialista em interlocução no ambiente empresarial, Juliana Algodoal, qualquer época do ano é boa para ter feedback, o mais importante é a preparação para recebê-lo e dá-lo.
“O que vai diferenciar o bom do mau feedback é o planejamento e a forma como ele é realizado. Esse processo precisa ser planejado, ter organização do que vai ser falado e ser direcionado ao desenvolvimento do profissional. Tanto para quem vai dar o feedback como para quem irá receber, é necessário que ambos saibam a importância desse momento."
Assim, o objetivo do feedback é ser algo bom para o funcionário, uma vez que ele poderá se planejar e desenvolver com o que definiu com a liderança.
Visto de outro ângulo, para quem dá o feedback é uma oportunidade de oferecer apoio na construção do Plano de Desenvolvimento Individual.
Seja líder ou liderado, para os profissionais que irão passar por esse processo neste fim de ano, Algodoal traz algumas dicas sobre como se sair bem neste momento.
De acordo com a especialista, há duas formas do líder começar um feedback negativo.
“Uma delas é perguntando para a pessoa qual é a visão dela sobre a situação que está sendo discutida/tratada, a outra é começando a falar de forma assertiva e direcionada ao problema e não à pessoa. Aliás, esse é um erro muito comum, quem dá o feedback fala sobre a pessoa e não sobre o problema ou processo, por exemplo.”
Além disso, outra dica que a especialista dá é ter uma preocupação com a voz e o olhar.
“É ruim o líder ficar olhando no celular ou papel ou usar um tom de voz agressivo. É importante demonstrar respeito pelo funcionário,” diz Algodoal.
Enquanto isso, para o funcionário dar um feedback negativo para o seu gestor é sempre um desafio, uma vez que ele está em uma posição inferior.
“Se o profissional está incomodado com algum comportamento do gestor, ele primeiro precisa de exemplos claros e específicos e contar no momento certo para que o líder possa dar a atenção devida. Além disso, ele deve ter uma voz que demonstra controle emocional e que respeita a posição do chefe,” diz Algodoal.
Para ele, é importante o funcionário não generalizar, ou seja, não levar uma lista de temas que está insatisfeito, uma vez que isso pode soar como reclamação, desvalorizando sua fala.
“Se for preciso fazer uma reclamação, que seja um tema pontual, o mais grave. Além disso, depois dessa fase é importante o funcionário acompanhar o processo, por exemplo, agradecer o esforço do líder em alguma ação, assim como ouvir e ficar mais atento a sua orientação.”
O que é bom reforçar em um feedback?
Quando um líder der um feedback ao liderado, este não pode ser um genérico e é importante se atentar ao tom da voz.
“É importante trazer exemplos da própria pessoa e não uma avaliação genérica. Além disso, se for um feedback com tom de voz agressivo, mesmo sendo algo positivo a pessoa não vai entender a sua intenção, por isso preste atenção no volume da voz,” afirma Algodoal.
Além disso, segundo ele, comparar o profissional com outras pessoas da equipe é um erro.
“Você compara a pessoa com ela mesmo, diante dos desafios dela. Conheci pessoas que não sabiam o motivo de serem demitidas porque não tiveram um bom feedback.”
É papel do líder saber acalmar o colaborador se este começar a chorar no meio da conversa, deixando o outro falar, sem expressão de julgamento.
“Nesse momento, é preciso que o líder tenha uma posição de acolhimento e respeito,” diz Algodoal.
Enquanto isso, quando o funcionário for dar o seu feedback, é importante se preparar da forma que for mais prática, levando anotação dos principais resultados ou dados comparativos com os do primeiro feedback, afirma Algodoal.
“Além dos resultados, se caso o funcionário se emocionar, ele pode pedir um instante, ir ao banheiro, pegar uma água.”
Local do feedback
Antes de tudo, o feedback deve ser feito em um lugar tranquilo, com tempo e cuidado, e vai depender se será negativo ou positivo.
“Feedbacks negativos sempre individualmente e em lugar reservado. Feedbacks positivos podem, eventualmente, ser dados em grupo, desde que o foco seja exemplificar ou reconhecer o profissional. Quando o feedback positivo for em grupo, é importante que ele seja assertivo, caso contrário vai funcionar como uma ‘aula de como fazer’ que tem impacto contrário,” afirma Algodoal.
Com informações da Exame